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Mostrando postagens de 2014

Homem e o deus

Deus criou o homem, um animal de duas patas, herbívoro, carnívoro, onívoro primata Criou o céu e a terra, mas o homem foi lá e fez o inferno e a desgraça Criou o abismo e o abutre, matou o homem de pata, agora ele usa tênis, tênis e calça Anda de carro, sentado, mas não fica mais de quatro, matou herbívoro, onívoro, agora só comida de lata A terra, o céu, o cachimbo, o fel, e de tanta cria ruim, fez Deus parar pra pensar "onde foi que eu fui errar?"

Recortes, Remendos, Rebarbas

a vida é uma colcha de retalhos torta colorida quase morta               mas respira        então é viva viva!       que a vida                       é uma colcha de retalhos

Noel

Ele veste vermelho e distribui presentes, vem lá do norte, pra voar entre a gente Perto da Rússia,  um velho barbudo, frio de dar dó, bêbado barrigudo Agrada a todos, menos quem é egoísta, velho comuna disfaçado de capitalista.

A Droga da Epifania

I poemar sem Inspiração é rimar todo refrão desse torpe Mundo cão: indecisão            de sim ou não II precisar de Inspiração é atirar na noite crua procurando vespa vesga vesga vespa vi vo     ar ali na rua

Entrestrelinhas

Entrelinhas se lê o que não está, no céu, o mel nunca estará, de doce só tem estrelas, que se vê o que não está, ali, nas entrestrelinhas.

Ode

Ouvi um disparo -Dish! palavras vazaram da minha cabeça pelo nariz pelos ouvidos pelos olhos                      pelos dentes                      pelos cílios                      pelos poros        PACIÊNCIA                     RESISTÊNCIA   EXTRAVAGÂNCIA                        RETICÊNCIA Marinheiros, Açougueiros, Maconheiros e Pedreiros: A palavra é um estado de consciência!

Do latim: anxia.ae

tudo pela ânsia insana de ter uma qualquer na mente, na cama, pra o que der e vier consolo em um jazz um jogo rápido de pés um trompete. E num solo, uma viagem ao polo mas nem Georgia, nem Jude, nem Maria satisfazem essa minha ânsia por você, menina

Animal Empalhado

a chuva escorrendo nas minhas paredes corrói a rede que faz meu sustento o batuque dos pingos alvejando a cabeça como os choramingos da tua consciência teu sopro ofegante e olho vidrante que dragam e partem o sumo de um homem Fim da batalha na carne a navalha no peito canalha teu nome me talha

Aprenda

pause o rádio pare a vida como    Frida sare a ferida descanse o   Kahlo           esqueça o         galo na cabeça pare o mundo perca o fundo freie tudo num segudo eu sei não tá fácil ser o mundo ter o mundo todo mundo tão imundo então       que tal? seria legal sem       sacional se    a     gente              fugisse dessa chatice pelo portão do fundo                     -Genial!

Infantil?

Divagações frenéticas sobre um mundo livre,  constante e absoluto, onde as ideias reverberam e num esguio piscar de olhos se concretizam. Um mundo sem desigualdade, sem dogmas nem sensos comuns, cujo objetivo é evoluir, evoluir e evoluir. Universo imaterial e inexistente, que em sua essência é perfeito, e cuja perfeição é essencial. Lugar de singularidades complexas, mas simples em sua constituição, onde o Caos encontra espaço apenas na gaveta que lhe foi cedida. Acima de tudo, é imaginário, fruto da mente de uma criança inocente. Nós é que não o percebemos. Por Claudio Galvão

Sra. Robinson

Ai ai, Sra. Robinson, quantas de tuas lágrimas não são fruto de falsas promessas? Quantas delas não se passaram de garotos pregando peças? Quantos meses de pagamento do teu marido não vão ao teu psicólogo para esquecer da angústia? E quanto dessa angústia não é causada pelo teu marido? Sra. Robinson, quanto do teu sexo é verdadeiro? E quanto da tua castidade? Sra. Robinson, quanto da tua religião é verdadeira? E quanto dessa fé é falsa e passageira? Mas não se preocupe se eu lhe disser que a vida, sim, é passageira, pois teus filhos continuarão a espalhar essa hipocrisia corriqueira. Disso, pode ter certeza.

Vingança Cósmica

Chamas verdes de uma estrela pariram mais mil planetas terra. Já não estávamos mais sozinhos. Engano nosso, por sermos mesquinhos. O Halley, o cometa, desviou do nosso planeta. Assim que uma americano genial inventou outra arma mortal. Dirigiu-se pra Terra Dois, onde não haviam nações. Nem cubanos, nem letões, franceses, russos ou espanhóis Com inveja da Terra Dois, a Terra Um se decidiu, e em um piscar de olhos, toda humanidade sumiu.

Sábado

Vamos botar roupas bonitas, e ficar chapados. Ignorem os chamados, telefonemas, tudo que dói. Hoje dançaremos o balé, Das terras de Tostói. Vamos olhar pros céus. Sem procurar galáxias, mas só pra soltar fumaça. E quando estivermos de saída, olhos inchados e cabeça doída. O Sol vai estar de chegada. E encontrará a Lua, totalmente bêbada, desacordada.
Eu sinto sua falta de quem a gente era, como e onde eu sinto a falta do começo antes do começo, do meio, não do fim Sem fim.

Descaso

Olhava pro nada como pra si mesmo. Ouvia a batida como significasse algo além de refúgio. Tudo significava. O céu e o vento significavam, com o voo baixo dos pássaros e as gotas que volta e meia alvejavam-lhe a pele, que havia chuva por vir, sempre por vir.

Calma, marujo

mantenha o controle do descompasso do descaminho mantenha o norte desse mapa em pergaminho controle o desespero e aprenda: o Capitão é um tal de Destino. não se meta com Destino; não palpite com Destino; não discuta com Destino; não duvide do Destino! me falaram que Ele brigou com a namorada, Ele tá de mal com a vida! mas te dou um conselho: não faça muitas perguntas apenas aprecie essa viagem porque por mais rabugento que o Seu Destino seja Ele costuma saber pra onde tá indo...

Animais

Somos todos animais, símios, primatas, homens... chame do que quiser Homem primata não raciona, mata Mas é homem, mas é animal, mas é racional, mas não é Homem que cheira o medo cheira o sexo e a comida não é homem homem, é animal, é homem No homem animal, a razão é crucial, mas o homem é animal, então é bem sentimental, tão sentimental O homem homem não acredita na própria natureza, mas o homem animal acredita, o homem homem é ignorânte porque sabe que consegue saber, é cego, porque sabe que pode ver O homem homem é homem, mas antes de ser homem é animal

Egogênese

Meus monólogos são resposta, á toda saudade e memória. Me protegem da suja retórica, dos atos, ratos, contratos e górgonas. Bastião de ideias, meu devaneio. Aparelho de cerco, teu olhar. Perfura as muralhas do meu altar, me decapitando com meu próprio anseio. Minha indiferença foi guilhotina, minha melancolia, se fez de carrasco Meu álibi foi: "Me mantive casto" E fez-se desta deriva minha sina.
Hey, who are you?  Can you call my lawyer? I had a few drinks... More then a few. In order to get here, you had to hit your car in a tree, fly by the windshield and land on a lake, where you almost drowned, if it weren't for the rock that stoped your head and you, from sinking. A farmer who was passing by, saw your car, stoped and found you, he was sure you were dead, but he called the emergency. They tried CPR on you, then brought you to the hospital. Now you're in a bed, uncuncious. You're not dead, just in coma. Holy shit, what? I just explained it to you, man. I'm in fucking coma? This doesn't make any fucking sense! So, if you're not in coma, where are you..? I don't know, some kind of place. You must've abducted me. Who are you? Me? I'm you. What? Yes, I'm you, Thomas. Actually, I am your subconciente. Fuck, I'm gonna kill myself. You can't. I know. Really you can, but you get the picture. Yes, I get it. So, what do I do now? Oh, le

Res repulsiva

Meus profundos pêsames,. aos que se dizem alegres. Aos que se dizem amantes, não vejo motivo para teus dias célebres. Mirando teus atos me mordo e me enojo, cochichantes ratos, seguindo o relógio. Louvando tuas coisas, olhando pra frente, louvassem pessoas, louvassem tua gente. Sorrisos de seda paletós, leques, perfume dizem dos sem-teto:  -HUMANOS DE ESTRUME! Lhes digo ao menos, lorota é o que falo. Mas também lhes alerto: não sou o único, a engana-los.

Conselho

isso, minha cara liga baixinho essa vitrola coloca uma música instrumental dessas que podem vir a te inspirar piedade bem assim                   lá no fundinho sim, querida coloca um blues toma uma taça dá um trago e me deixa morrer aí dentro se precisar, minha linda deita na cama pensa na vida enrola sua perna nos lençóis do jeito que você se enrolava feito serpente nas minhas noites é, meu amor acho melhor você acabar logo com isso antes que perceba que não consegue mais (antes que perceba que eu também sou cobra) me mata! mas vai matando enquanto bebe                              enquanto fuma                              enquanto ouve                              enquanto lembra quem sabe assim se me matar devagarinho e com amor não te dá vontade de desistir no meio do caminho... quem sabe?

Nome

Fly Like an Eagle Eu Vou Torcer Ramble On Nothing Else Matters Add it Up November Rain Dani California Odara Police and Thieves It's All Over Now, Baby Blue No You Girls Hello Errare Humanum Est Is This It Re-Hash Off To The Races Megalomaniac Apesar de Você Cotidiano Helter Skelter Aguas de Março Dare Ouro De Tolo Comfortably Numb Almost Cut My Hair No More Trouble Horse With No Name One Love Samba Sambei
Surreal     & Sinestésico:                 escanDALIze-se

Fuga

Não me sinto à vontade, pelo contrário, me sinto pela metade Me falta uma cara, um rosto, só tara e desgosto Uma gente triste e medonha, má e enfadonha uma gente mesquinha e triste Muito prefiro animais peçonhentos à peçonha de muitos, ficar sozinho com o pensamento, com o silêncio, o calado, o mudo.

&

nossos laços... esses tão brutos, esses tão sólidos nós bucólicos & cegos.            melancólicos!
The sad part of being alive is actually believing that you won't ever be sad. It's impossible, but it isn't. I heard a lot of people saying that you can't possibly be sad for the rest of your life. It is, in a way, true. But that doesn't mean you'll be happy. There's a huge difference between not being sad and being happy. It's more probable for people to be sad than happy. That's simply a fact. Being sad is much more certain and constant in everybody's life than being happy. That's all.

Composição

Os sons da tua boca, na cabeça, fotografo. A visão tua,de roupa pouca rascunho em guardanapos. Os sons da tua boca, datilografo. Transformo em valsa, pra ser dançada sem recato E depois de tocada, uma única vez Queimemos a partitura Pra não causar injúria alguma
Imagem

Aniversário

Por que o fascínio é meu melhor amigo Por que o som é meu bastião Não choro a água ,pois falta. Mas a razão pouca. Vou andar pelas ruas, chutar latas Gritar dentro da grota Sou um resto de mutante Resquício meliante Que hoje sopra forte a trombeta dos retirantes A palmatória me foge Com o cordão do meu santo No dia de meu nome, visto o sanguíneo manto

Despedida do Poeta

Inútil fim que me darão em pranto Há de calar o que da vida vejo encanto Cruzes, flores, lágrimas e ternos Levem minhas mãos, minhas penas e Ideias ao sádico silêncio do estado Eterno Eu voltei...

Madhouse

I can hear the clock ticking. I have no idea where I am, it's almost pitch black, all I can see is a stream of light in some kind of hole in what I think is a wall. I'm lying in a bed, put my feet on the ground and it's freezing cold. All I have on is an underpant. I try to get up, but my body seams too heavy, maybe I've been drugged. I sit down again, my head starts spinning and I pass out. I woke up in the back of what I think is some kind of van or truck. I have a bag in my head, but I can see the light out. I still have no idea where I am or what's going on. I try to speak, but I seam, again, too drugged for that too. I start feeling better my arms and move them, I touch someone, and before I can think of doing anything, I am tased and pass out again. I woke up, someone thrown a bucket of water on me. Now I am tied to a desk chair in front of a precipice. To my right there is one more guy, and to my left, three more, all in the same situation as me. We're al

Fim de tarde

Quarto escuro,  voz passiva, música toca,  mas o som, por se ver. Enterro o que me sobra, do que tenho,  sou, posso ser.

Persona

(a Manuel Bandeira e Gilberto Gil) acinzentei: chovi tanto que amanheci azul e me salguei e virei mar e com a benção de Netuno e Iemanjá           fui-me           embora pra Passárgada ou Irajá pois diga que [também] irá...
Minha tristeza que não passa, você que não me abraça, me diga porque então sou errado em fazer pirraça Minha mão já está vazia e você bem que sabia mas mesmo podendo, dessa dor, nao me alivia Não quero contigo discussão, não quero discutir dor nem coração, quero é acabar de vez  com essa minha sensação de tristeza, de rancor, pois não existe mesmo agora  algo mais do que a dor que tanto me assola

Intro - El Viaje - Calle 13 com Eduardo Galeano

  A música Intro - El Viaje é a primeira faixa do álbum Multi_Viral  (lançado no dia 1 de março de 2014) de autoria do grupo porto-riquenho Calle 13 .Essa primeira faixa conta com a participação do jornalista uruguaio Eduardo Galeano que narra a letra durante a música.      Segundo os integrantes do grupo o novo álbum possui letras mais existenciais e humanizadas e mostra um sutil afastamento do tema político que estava presente em suas composições até então. Oriol Vall Que se ocupa de los recién nacidos En un hospital de Barcelona Dice que el primer gesto humano es el abrazo Después de salir al mundo Al principio de sus días Los bebés manotean Como buscando a alguien Otros médicos Que se ocupan de los ya vividos Dicen que los viejos Al fin de sus días Mueren queriendo alzar los brazos Y así es la cosa Por muchas vueltas que le demos al asunto Por muchas palabras que le pongamos A eso, así de simple Se reduce todo Entre dos aleteos Sin más explicación T

Acróstico

Venho por meio deste poema. Indagar o teu sumo, teu ser. Como uma charada, um emblema. Tento em vão te entender. Ondas no mar, ruínas a ruir. Remendando memórias a esmo. Impondo minhas lutas a ti. Aspiro sair do teu imo, ileso.

Dedico

ao São Mundo; aos que são quase mudos; àquele mudo que fala em vão e a todos os que ouvem o cantarolar distraído desse mudo mundo cão

A frequência fantasma

A frequência fantasma buscava um lugar pra viver, microfones ou mesmo de ouvido, mas nunca pôde se esconder, a mudavam, regulavam, afinavam e expulsavam, a coitada já achou que devia que morrer. Pois bem, dito e feito, a frequência meteu-se uma onda no meio do peito, a crista cortava, sua amplitude pulsara, como jamais outra pulsou, e como quem corta os pulsos, a frequência nunca mais chorou. Ou é o que esperava... a frequência fracassara, lembrou que nunca poderia morrer, afinal, já era uma frequência fantasma...
Indulto A minha inércia em torno dos fatos, e minha falácia aos teus bons atos. Foram os braços que me arremessaram dos teus penhascos. O teu olhar, e a minha fuga, são as navalhas que me expurgam Não culpo a ti, sequer a mim mas ao acaso que nos deu fim.

entrelinhas

o blasé desse teu rosto ex    conde o (d)esgo(s)to da tua vi(n)da
O meio Dê-me desejos, dê-me vontade, mate meus sonhos, me dê realidade. Me diga que peça, me fale que não, me dê as costas e me negue a mão. Não diga mais nada, me deixe ruir, só tenho vontade mas quero sorrir. Volte pra mim, seja quem era e serei quem eu sou, não se deixe escapar, que eu te dou meu amor.
  Jogo no papel, nas teclas, no que tiver, tudo aquilo que salta de mim involuntariamente.  Vão chamar de escrita, vou chamar de expurgo. Agosto. É Agosto, o céu cai,  como as cores que me amam   E a tarde choro, choro por amor                     por desgosto, por nada.     E as horas passam como pássaros,   como passa o vento no seu rosto. Enquanto minha orquestra de desejos   e teu exército de anseios    travam batalhas épicas      ,nos campos da saudade Sem querer lhe abracei   e você se aproximou    sem querer eu bem me lembro     vai-se agosto      vem setembro.