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Mostrando postagens de dezembro, 2014

Homem e o deus

Deus criou o homem, um animal de duas patas, herbívoro, carnívoro, onívoro primata Criou o céu e a terra, mas o homem foi lá e fez o inferno e a desgraça Criou o abismo e o abutre, matou o homem de pata, agora ele usa tênis, tênis e calça Anda de carro, sentado, mas não fica mais de quatro, matou herbívoro, onívoro, agora só comida de lata A terra, o céu, o cachimbo, o fel, e de tanta cria ruim, fez Deus parar pra pensar "onde foi que eu fui errar?"

Recortes, Remendos, Rebarbas

a vida é uma colcha de retalhos torta colorida quase morta               mas respira        então é viva viva!       que a vida                       é uma colcha de retalhos

Noel

Ele veste vermelho e distribui presentes, vem lá do norte, pra voar entre a gente Perto da Rússia,  um velho barbudo, frio de dar dó, bêbado barrigudo Agrada a todos, menos quem é egoísta, velho comuna disfaçado de capitalista.

A Droga da Epifania

I poemar sem Inspiração é rimar todo refrão desse torpe Mundo cão: indecisão            de sim ou não II precisar de Inspiração é atirar na noite crua procurando vespa vesga vesga vespa vi vo     ar ali na rua

Entrestrelinhas

Entrelinhas se lê o que não está, no céu, o mel nunca estará, de doce só tem estrelas, que se vê o que não está, ali, nas entrestrelinhas.

Ode

Ouvi um disparo -Dish! palavras vazaram da minha cabeça pelo nariz pelos ouvidos pelos olhos                      pelos dentes                      pelos cílios                      pelos poros        PACIÊNCIA                     RESISTÊNCIA   EXTRAVAGÂNCIA                        RETICÊNCIA Marinheiros, Açougueiros, Maconheiros e Pedreiros: A palavra é um estado de consciência!

Do latim: anxia.ae

tudo pela ânsia insana de ter uma qualquer na mente, na cama, pra o que der e vier consolo em um jazz um jogo rápido de pés um trompete. E num solo, uma viagem ao polo mas nem Georgia, nem Jude, nem Maria satisfazem essa minha ânsia por você, menina

Animal Empalhado

a chuva escorrendo nas minhas paredes corrói a rede que faz meu sustento o batuque dos pingos alvejando a cabeça como os choramingos da tua consciência teu sopro ofegante e olho vidrante que dragam e partem o sumo de um homem Fim da batalha na carne a navalha no peito canalha teu nome me talha

Aprenda

pause o rádio pare a vida como    Frida sare a ferida descanse o   Kahlo           esqueça o         galo na cabeça pare o mundo perca o fundo freie tudo num segudo eu sei não tá fácil ser o mundo ter o mundo todo mundo tão imundo então       que tal? seria legal sem       sacional se    a     gente              fugisse dessa chatice pelo portão do fundo                     -Genial!

Infantil?

Divagações frenéticas sobre um mundo livre,  constante e absoluto, onde as ideias reverberam e num esguio piscar de olhos se concretizam. Um mundo sem desigualdade, sem dogmas nem sensos comuns, cujo objetivo é evoluir, evoluir e evoluir. Universo imaterial e inexistente, que em sua essência é perfeito, e cuja perfeição é essencial. Lugar de singularidades complexas, mas simples em sua constituição, onde o Caos encontra espaço apenas na gaveta que lhe foi cedida. Acima de tudo, é imaginário, fruto da mente de uma criança inocente. Nós é que não o percebemos. Por Claudio Galvão

Sra. Robinson

Ai ai, Sra. Robinson, quantas de tuas lágrimas não são fruto de falsas promessas? Quantas delas não se passaram de garotos pregando peças? Quantos meses de pagamento do teu marido não vão ao teu psicólogo para esquecer da angústia? E quanto dessa angústia não é causada pelo teu marido? Sra. Robinson, quanto do teu sexo é verdadeiro? E quanto da tua castidade? Sra. Robinson, quanto da tua religião é verdadeira? E quanto dessa fé é falsa e passageira? Mas não se preocupe se eu lhe disser que a vida, sim, é passageira, pois teus filhos continuarão a espalhar essa hipocrisia corriqueira. Disso, pode ter certeza.

Vingança Cósmica

Chamas verdes de uma estrela pariram mais mil planetas terra. Já não estávamos mais sozinhos. Engano nosso, por sermos mesquinhos. O Halley, o cometa, desviou do nosso planeta. Assim que uma americano genial inventou outra arma mortal. Dirigiu-se pra Terra Dois, onde não haviam nações. Nem cubanos, nem letões, franceses, russos ou espanhóis Com inveja da Terra Dois, a Terra Um se decidiu, e em um piscar de olhos, toda humanidade sumiu.