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Mostrando postagens de janeiro, 2015

Recessos

Descobri onde estavam os pássaros, suas asas, plumas e os assovios, Num baú do lado de uma caixa sempre lotada de passados Um pote de sorrisos no criado mudo um livro qualquer, uma carteira de couro ideias pra desenhos e músicas guardadas como tesouro. Um poema com o Eu  dentro, uma lupa, uma anedota... Minha desculpa. Me afasto do veneno, da cachaça e quando ficar difícil, me abraça. Pra cada choro, cada lamento um problema a mais, um pesar. Me consolo, "pelo menos eu tento..." Não quero mais nada. Pra estragar?

Sofrer - Como um leigo

Não entendo bem essa coisa de escrever, falar, se expor... Espero que você não fique brava comigo, porque vai precisar de um pouco de paciência pra ler isso aqui. Sei lá, eu não sei bem como começar. Tipo, vou só escrever, sabe? Acho que tem toda aquela coisa de que você lê um livro e tal e o cara que escreveu é um 'escritor', daí isso dá um puta crédito pra ele. Parece uma profissão daquelas que você precisa fazer faculdade pra ser, tipo, faculdade de escritor. Mas na verdade todo mundo pode ser escritor né, é só escrever. Só que esse negócio de o cara ser um escritor e vender livros e etc dá uma insegurança e até um medo nas pessoas de escrever.  Mas eu to escrevendo mesmo é pra falar que tá difícil. Não sei fazer aquelas comparações que os escritores fazem de fogo que não dói e lágrima que salga mar, mas eu sofro como qualquer um também. E é por isso que eu to escrevendo. Pronto. Agora eu tenho um assunto de base. Sofrer. Podia ser o título também. Enfim, a questão é que viv

Belas Artes

ouvindo Caetano e lendo Carvalho viajo, passeio; me expurgo, me trago penso, repenso; estrago, remendo;      me apago,      me invento ... lendo Carvalho e ouvindo Caetano um gênio da Bahia                 e             um brother  Paulistano achei no fim,      no só, no fundo (do livro) um beijo de batom que minha nêga     mandou que é pra me falar sem pressa que me gosta e que me ama que é pra mandar um smack surpresa que me prende e que me chama         é         quase         um anagrama ... enquanto eu viajava com Caetano e com Carvalho minha nêga enviou um beijo       (bomba) de oi    to mil megatons

Rastejante

Nasceu e cresceu nas grutas entre máquinas, rochas e putas gostou do breu, do úmido nunca disse a ninguém, mas foi tímido O último raio de luz que teve a petulância de olhar lhe fez cego,triste, e cuspindo pus Os cães de fora, não o deixaram sair Sucumbiu ali. Jazia seu corpo, frágil, sujo, coberto de fuligem Olhar pro horizonte sempre lhe deu vertigem

Presente

procrastina                  dor e com sorrisos amor e com           promissos deixa    pra        depois pra ver  se    passa deixa     pra         amanhã pra ver se     amassa joga fora essa chatice e vê se o tempo rabugento faz das tripas          Berenice

Licensa para matar

Sou assassino de mentalidades normalidades banalidades e de todas as verdades Faço massacre de ideologias meritocracias hierarquias e de todas as franquias Como se não bastasse, sou procurado por crimes paixões e elogios Mas nunca vou ser preso tenho imunidade lógica e licensa poética

Poesia da redondeza

Coluna ereta poeta  na escrita marmita do lado sobrado não, a laje mensagem que passa e amassa o papel fala do fel, do bordel é musica falada, cantada sem dó e só.