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Mostrando postagens de abril, 2015

Poesia

Dentro de mim  tem ideias  que o mais louco não pensaria, tem segredos que o cofre mais seguro não guardaria, tem imagens  que a tela mais bonita não mostraria, dentro de mim  tem poemas que nenhuma folha de papel aguentaria, coisas que vão além da tristeza e da alegria. Mas entenda, tudo termina em rima.

Reprise

Mais uma pra virar memória Pra lembrar da grana gasta Do tempo escasso Do meu descaso. Uma vez mais, por falta de esforço E o resultado rasga em busca do coração O ventre inteiro, o torso tira o órgão ainda bombeando Pulsando como a ira abrigada nas entranhas. A revolta outorgada pelos olhos faz-se fácil de notar Por escolha própria mostra pra vítima seu destino Só pra dar de bandeja uma cesta inteira de intenções que pousará talvez num futuro distante Guilhotina na cabeça da serpente. Que se foda a Itália Que se fodam suas flores Vou voltar pra minha Ibéria Sempre preferi o mar profundo À essa tua beleza rasa.

Feirante

Quando o galo cantou eu já estava acordado montando barraca e fazendo pastel Passa gente e mais gente, conversa comigo e vai embora Quarta-feira, quinta-feira, todo dia é dia de feira, mas não tem um dia que eu esqueça que fim de semana de feirante  é sempre de segunda e terça

Han Solo

Sozinho Por uma hora e meia O feixe de luz que cruza a vista, se pulveriza em galáxia. Que gira a um palmo da minha testa Uma estrela, um outro mundo,  várias luas Anseios, saudades, tudo se confunde em espiral que alucina-se por eras

CLXII

des enrole, se des cubra e des transforme ou se des faça... se des ligue des      se mundo de la men ta ção e sar cas mo engraçado.... são tão loucas e precisas as  voltas que o mundo dá

Eutanásia

Último trem para lisergia Poesia a queima roupa Ultima bala do pente Assassina da tua euforia Um cão faminto vaga Vadio, pelos cantos, esquecido Não lhe resta carne ou gordura Mas me resta a última bala, palavra Que como magia ou encanto Alveja a cabeça do cão Sai do outro lado veloz Levando a alma, esquecendo o pó

Ato I: Diálogo do autoconhecimento

Era uma vez um gato francês, quer que eu conte outra vez? Calma. Não. Tá errado isso aqui. É, você perdeu mesmo o jeito, né? Perdi o jeito pra que? Pra escrever, ué! Contar história, fazer poema, música, qualquer coisa. Você perdeu o jeito de vez. É, eu acho que perdi mesmo... Mas eu não sei o que aconteceu. Não sabe? Você mudou, virou outra pessoa, outra coisa.  Como assim? Você não faz mais o que fazia antes. Antes você saia todo ensaboado do banheiro só pra escrever alguma ideia muito boa que tinha vindo na sua cabeça. Antes você andava com caderno e lápis em qualquer lugar e não dava trela pra situação alguma, toda hora era hora de escrever. É verdade... Agora não, agora você tem uma ideia, mas fica com preguiça de escrever. Você deixa pra depois, anota uma frase e tá tudo certo. Parece que perdeu a vontade de escrever. E o que eu faço pra voltar a ser como era antes? Como eu faço pra começar a escrever de novo?  Acho que você já começou.

Vontades

         queria        ser                o       Obama             pra        descer              do       meu          avião        presidencial     trotando       aquele            trote        imperial            que       só                 e      somente              só um cara bem importante pode       executar sem parecer ridículo nada é ridículo dentro de um terno sob medida você pode até tentar         mas não vai passar vergonha vai no máximo parecer que você é um ator dramático ou  então de comédia ou um presidente um maluco um corno ou algum milionário que acabou de perder tudo no jogo é isso que vai parecer... aliás, acho que nem quero mais ser o Obama                   acho que agora eu quero ser um terno sob medida